sábado, 20 de fevereiro de 2010

Rituais


Recorda aquilo de "algo novo, algo velho, um pouco emprestado e algo azul"?

Um ritual de bodas, um símbolo de transição. Quando uma mulher se casa, fica algo velho para lhe recordar seu passado, o que deixa atrás. Também leva algo novo, um símbolo de seu futuro. Assim que o que diz é que teria que procurar algo que simbolize meu passado, minhas perdas. Criar algo que me recorde o que perdi.(...)

Então tem um ritual de cura. Quando faz um ritual de sua perda: enterrá-la, destruí-la, te desfazer dela ou mostrar de uma forma ou outra que já não pertence a sua vida.(...)

—Fá-lo parecer muito simples.

Ele franziu o cenho e a estreitou mais.

—Me acredite, não o é.

—Por isso é que a gente faz funerais e visita os túmulos de seus entes queridos. Para fechar o tema.

—E por isso as sociedades constroem monumentos, com o afã de curar traumas sociais, já sejam milhares de vítimas de uma guerra ou uma pessoa que significou muito. Mas recorda lhe advertiu, não pode solucionar tudo em um segundo. Isso será uma experiência do longo caminho à recuperação. Tem que examinar e processar seu trauma, passar o luto pelos que perdeste, solucionar os sintomas, e logo reconstruir seu ser ferido para finalmente te reintegrar à sociedade. (...)


Jan Springer -A Pousada de Peppermint Creek

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