quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Quatro modos de pensar

Quatro modos de pensar

Você sabia que existem quatro modos de pensar quando algo acontece a você? Eu nao sabia , o SENAR está me ensinando.

1. O Pensamento catastrófico

A pessoa que possui este tipo de pensamento, transforma tudo em algo muito mais importante do que realmente é. É fácil de reconhecê-los, porque muitos pensamentos catastróficos começam com a expressão “e se”.

Por exemplo: Você está no Banco, aguardando para falar com o gerente a respeito de um financiamento de uma máquina. Enquanto aguarda para ser atendido, a sua cabeça começa: “se ele perguntar coisas que ainda não sei”, “se ele duvidar da minha capacidade de pagamento” e “se eu não conseguir expor com clareza a necessidade do equipamento”.

Essas perguntas significam que, se algumas destas hipóteses realmente acontecer não vai ser só uma preocupação, vai ser uma catástrofe. Chegando à frente do gerente com isso na cabeça, existe uma grande possibilidade desses pensamentos se realizarem.

No casamento aparecem muitos pensamentos catastróficos. “se ele não me amar mais”, “se ele não mudar” e “se o trabalho vier sempre em primeiro lugar”.

Outra forma de pensamento catastrófico é identificada quando ouvimos as pessoas começando frases assim: “eu fico louco quando...”, “não aguento quando...”, “isso acaba comigo...”, “eu odeio quando...”. Sempre que se tem esse tipo de pensamento, você fica mais suscetível às pessoas ou situações que lhe tirem do sério.

Quantas vezes você entrou em pânico por situações que, depois que realmente aconteceu você viu que não eram tão ruins assim? Como, por exemplo, aquela pessoa que nem abre o resultado do exame com medo de ter uma doença grave, mas quando finalmente ela tem coragem de abrir vê que não tem doença nenhuma. Ou aquela pessoa que começa um trabalho achando que não vai conseguir aprender as funções, mas dali a alguns dias já está craque no serviço.

Pense: Qual a vantagem de entrar em pânico? Em pânico você não pensa com clareza, com lógica, você não tem chance de tomar boas decisões. E o melhor: se você reagir adequadamente, você não vai perder o controle. Então, “É só pensar com clareza? Assim é fácil”. Nem tanto! O segredo é como fazer isso.



2. O Pensamento Absolutista

Os pensamentos absolutistas aparecem na forma de: “eu devo”, “eu tenho de”, “eu preciso”, “eu deveria”. Todos nós fazemos isso algumas vezes ao dia. O problema aparece quando você exagera nessa autocrítica.

As pessoas fazem muito isso com a aparência: eu devia ter esta parte do corpo mais fina, mais grossa, maior, menor, etc.

Dizemos o tempo todo: eu deveria ser mais inteligente, maduro, criativo, desinibido, estável, confiante, decidido, sério, alegre, nunca envelhecer. E sabe o que acontece quando você se enche desses “deverias”? Você acaba achando que os outros também deveriam ser mais, ser menos, fazer isso ou aquilo.

Mas, a pior critica é a que faz para si mesmo. Pois quando você se critica tanto, qualquer olhar diferente do outro para você já é uma reprovação, qualquer suspiro é uma condenação.

E como é que tudo isso começa? Na realidade começa lá na infância. Possivelmente você teve pais dizendo: você deveria brincar direito com seu irmão, você deveria ser médico, advogado, piloto de avião. Você deveria ser o que eu quero que seja...

Outra fonte cruel dos “deverias” é a televisão. Ela vive te dizendo que, se você não usar a pasta de dente certa, se não tiver o corpo daquela modelo, se não usar aquele xampu, jamais você vai ser alguém na vida. A TV vive te convencendo das coisas que você deve ter e ser.


3. O Pensamento de Racionalização

O terceiro tipo de pensamento enlouquecedor é a racionalização. Raciocinar é uma coisa, racionalizar é outra bem diferente.

Raciocinar é entender as coisas como elas são. Racionalizar é negar os sentimentos. Por exemplo: você tem um filho que te dá muito trabalho. Dizer “chega, filho, eu não ligo mais, se quiser arruinar a própria vida o problema é seu”. Isso é racionalizar. Esta sua atitude vai durar dois ou três dias, depois o pânico volta e aparece tudo de novo.

Outro exemplo de racionalização, uma pessoa muito tímida que tem uma dificuldade danada em se relacionar com pessoas. E o que ela faz? Diz que prefere mesmo viver sozinha, comer sozinha, ir ao cinema sozinha ou nem sai de casa.

Na psicologia isto se chama de dissonância cognitiva, que são essas justificativas que as pessoas arrumam para dar sentido a uma coisa que não tem sentido nenhum.

De toda forma, a racionalização é uma tentativa de superar o problema. Mas é uma tentativa muito frágil. Foi feita uma pesquisa com mulheres que fizeram cirurgia de câncer no seio. Perguntaram a elas quanto tempo se passou desde o momento que notaram os primeiros nódulos nos seios até a procura pelo médico e tratamento. O interessante é que algumas esperaram anos para ir ao médico. A média foi seis meses. Elas ficaram racionalizando, dizendo para si mesmas que aquilo não era nada. Achando que se ela ignorasse o nódulo, ele sumiria. Veja a que ponto de prejuízo pode chegar a racionalização.

Bem, vimos que entrar em pânico, racionalizar e criticar, são as três formas erradas, mas infelizmente as mais comuns que as pessoas usam para lidar com as situações difíceis.


4. O Pensamento das Preferências Realistas

Não são as pessoas ou as situações que nos aborrecem. Parece que é, mas na verdade é o modo como pensamos e reagimos que determina o nível da nossa irritação.

Somos nós que nos irritamos, mas podemos aprender a ser diferentes. Como? Aprendendo a aplicar o quarto tipo de pensamento. É fácil de entender, mas é difícil de colocar em prática. Mas, com muita persistência e dedicação você chega lá.

Este tipo de pensamento acontece na forma de preferências. As mais eficientes são assim: “eu me sentiria melhor se...“, “eu gostaria de...”, “eu preferiria que...”, “seria melhor se...”.

Veja bem, isso não é usar pensamento positivo. É trabalhar com a capacidade de suportar as dificuldades da vida, que todo mundo tem, ninguém nasce com bônus de viver sem qualquer problema.

Por exemplo: Um trabalhador rural decidiu vender a produção de milho verde na feira do produtor em sua cidade. No primeiro final de semana passou pelos três tipos de pensamentos enlouquecedores. Primeiro os catastróficos. “E se não conseguir vender nada”? “E se não gostarem do produto”? “E se os concorrentes não abrirem espaço”? “E se todos preferirem as outras bancas”?

Aí ele passou para a fase da autocrítica: “Eu deveria ter capacidade para negociar e vender, mesmo sendo a minha primeira experiência na feira! Minha mãe tinha razão, eu sou um idiota mesmo. Nunca vou ser nada na vida”.

Em seguida, ele partiu para as racionalizações. “E daí, nem me importo. Se eles não gostarem do produto, significa que são burros demais para entender o valor dele. Se eles não sabem apreciar um produto de boa origem, o problema é deles”.

Quando ele consegue colocar a coisa em termos de preferências realistas, a sua visão referente à situação se expressa assim: “Gostaria que o cliente ficasse satisfeito com a compra! Eu gostaria de vender todo o meu produto! Se não for assim, será uma pena, mas não vai ser horrível, a não ser que eu assim o determine”.

Se um problema vai ser o fim de tudo, depende do quanto você permite que assim seja.

Pensar em termos de preferências ajuda a fazer o melhor dentro da sua capacidade. Você pode melhorar sempre, praticando.

O pensamento realista não te garante que tudo vai dar certo, mas garante que vale a pena tentar, corrigir e aprender a cada tentativa. Você percebe a enorme diferença tanto na forma como você se sente como na forma que você se comporta.

Compreender que tudo depende da forma como você pensa ajuda no seu auto gerenciamento e no desenvolvimento do seu autocontrole.




de: curso Trabalhador Empreendedor, que tem como objetivo identificar as características, competências e habilidades empreendedoras para as pessoas do meio rural otimizarem os seus negócios na propriedade rural.