domingo, 14 de dezembro de 2008

ELEGÂNCIA




Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara : A elegância do comportamento. 


É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do

 que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza. 


É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que

 se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma
 nem fotógrafos por perto. 


É uma elegância desobrigada. É possível detectá-la nas pessoas

que elogiam mais do que criticam. Nas pessoas que escutam

mais do que falam. E quando falam, passam longe da

 fofoca, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca. 

É possível detectá-la nas pessoas que não usam

 um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas. 

Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores

porque não sentem prazer em humilhar os outros. 

É possível detectá-la em pessoas pontuais. 

Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que

desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem

cumpre o que promete e, ao receber uma ligação,

não recomenda à secretária que pergunte antes quem

está falando e só depois manda dizer se está ou não está. 

É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais. 

É elegante retribuir carinho e solidariedade. 

Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto. 

Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do

mundo, a estar nele de uma forma não arrogante. 

É elegante a gentileza. 

Atitudes gentis falam mais que mil imagens... 
... Abrir a porta para alguém é muito elegante. 
... Dar o lugar para alguém sentar... É muito elegante. 
... Sorrir sempre é muito elegante e faz um bem danado para a alma... 
... Oferecer ajuda... É muito elegante. 
... Olhar nos olhos ao conversar é essencialmente elegante. 

Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural pela

observação, mas tentar imitá-la é improdutivo. 

A saída é desenvolver em si mesmo a arte

de conviver, que independe de status social: 
É só pedir licencinha para o nosso lado brucutu, que

acha que "com amigo não tem que ter estas frescuras". 

Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os desafetos

é que não irão desfrutá-la. 
Educação enferruja por falta de uso! 
E, detalhe: não é frescura. 
É elegância! 

 

 

Por Lilith Storm

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