quarta-feira, 20 de maio de 2009

O que explica o fim ?



- Porque cumpriu todos os seus objetivos...  Como Raúl que disse, este é “um caminho bem fácil de seguir, por não se ter aonde ir...”?

Foi uma espécie de pedagogia. Precisava-se entender ...

TudoIstoMenosAquilo é uma equação. Pegue a vida, o TUDO. Subtraia deste TUDO Aquilo, isto é: o amor, a saudade, a busca pela paixão, a alegria, o arrepio do encontro, a tristeza do desencontro. O que sobra? Tudo menos Aquilo é igual a nada. TUDO–AQUILO = NADA.

Isto não explica o fim, eu sei, o fim não precisa de explicação. É óbvio. Não se justifica. Impõe-se pela sua inevitabilidade. O fim, o começo de outro lugar. Os ciclos do óbvio que tanto negamos. O fim é o lugar comum da vida. “Viver do que o mar traz à praia”. Viver sem o que ele leva de nós.

- Aquilo nunca termina,mas, os discursos sim. Monólogos são estéreis. Extinguem-se. Esgotam-se. Cabe a pergunta , quem se esgota? O Discurso ou o Autor?

- Quando o tema é o amor, discurso e autor são uma coisa só. Verbo que quer ser carne. Carne que se disfarça de texto porque quer ser lida. Cada texto é uma tentativa de construir uma ponte. Vã pretensão de tocar o coração de alguém. Mas, textos são mensageiros infiéis. Não entregam a intenção de quem os escreve. Casas vazias. Quem lê mobilia com seus próprios sentimentos.Quando não se chega ao destino, não importa o mapa. São mensagens enviadas à posta restante. Caíram na caixa postal que não está ativada. 

Aquilo é comunicado com o olhar. No toque. Com a palavra que faz cócegas no ouvido. Através do sorriso que dá arrepio. Importa falar em primeira pessoa diretamente para a segunda pessoa.

Da vida ficam os encontros. Dos textos, não há herança. Vislumbre de nuances de suas vidas. Encontros ficam. Palavras vão. Amores sem cabimento. A vida não cabe nos textos. E ela é o script que importa.

Planos? Não, Eu só planejo o passado. O futuro é mal-educado. Não pede licença para acontecer. Outro pode surgir, se eu perceber que tenho algo a dizer.

Fim, "começo do caminhar para beira de outro lugar" .




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