Deixa eu te falar - Com a variação Ow, deixa eu te falar. Introdução goiana para um assunto sério. Nunca, mas nunca mesmo, chegue para um Goiano falando diretamente o que você tem que falar. Primeiro você tem que dizer ow, deixa eu te falar, para prepará-lo para o assunto. Em Goiás você precisa seguir o ritual de uma conversação. Ex.: “E aí, bão? E o Goiás, hein? Perdeu! Tem base? É por isso que eu torço pro Vila. Oww, deixa eu te falar, lembra aquele negócio que eu te pedi…” A forma abreviada é te falar.
Deixa eu te perguntar - A mesma coisa que deixa eu te falar, mas usado, obviamente, quando você vai perguntar algo.
Chega dói - Chega a doer. Ex.: Deixa eu te falar, essa luz é tão forte que chega dói a vista. Na verdade essa forma pode ser usada com quaisquer outros verbos combinados com o verbo “chegar”. Ex.: chega arranha, chega machuca, chega engasga.
Chega doeu - Chegou a doer, ou seja, o passado de chega dói. Muita gente não entendeu o porquê desse verbete no passado se já se usou o verbete no presente; afinal tratar-se-ia de conjugação verbal simples, não é mesmo? Mas a fato é que quando existe uma conjunção verbal, é o verbo auxiliar (chegar) que determina o tempo da conjunção. No Goianês é diferente. É o verbo principal que é conjugado.
Uai - Palavra que normalmente não tem sentido, mais ou menos como o tchê do gaúcho. Usado normalmente em respostas. Ex.: Pergunta: Goiano, você vai à festa hoje?; Resposta: Uai, vou!. Dá impressão que o uai é parecido com o ué usado em outras regiões. Mas o ué muitas vezes é usado no caso de a pessoa achar a pergunta estranha.
Encabulado - Impressionado. Ex.: Estou encabulado que você nunca tenha ouvido alguém falar ‘chega dói’ antes.
Bão ? - Goianês para “Tudo bem?” Também é usada a forma bããããão?
Tá boa ? - Goianês para “Tudo bem?” usado para mulheres. Em outras regiões do Brasil seria interpretado de outra forma…
Bão mesmo ? - É comum usar o “mesmo?” depois de coisas como “e aí, tá bom/bão”, como se pedisse uma confirmação de que a pessoa tá bem e não apenas fingindo que está bem.
Piqui - Pequi, fruto típico de Goiás, bastante usado na culinária Goiana.
Mais - substituto goiano da conjunção “E”. Ex.: Eu mais fulano estamos no Goiás.
No Goiás - Em Goiás.
Na Goiânia - Em Goiânia.
Pit Dog - Uma espécie de filho bastardo de uma lanchonete com uma barraquinha de cachorro-quente. Apesar desse nome estranho, os sanduíches são muito bons!
Queijim - Rotatória.
Tem base ? - Expressão tão goiana que existe até em slogan impresso em bandeiras e camisetas exaltando o estado: “Sou goiano. Tem base?”. Pode ser traduzido como “Pode uma coisa dessas?”, só que usado com muito mais frequência.
Mandruvá - Mandorová.
Coró - mesmo que mandruvá.
Dar rata - Algo como cometer uma gafe.
Calçada - Pode significar: 1. Lugar para estacionar carros; 2. Local onde se colocam as mesas dos botecos e restaurantes. Note que não existe em Goiás calçada no sentido de lugar para pedestre, pois não sobra espaço para pedestres entre os carros e as mesas.
Anêim - Algo que parece ter vindo de “Ah, não!”, que virou “Ah, nem!” Mas às vezes é simplesmente usado na frase com um sentido de desagrado. Quando vejo escrito por aí, vejo o povo escrevendo “anein”, “aneim”, “anêim” e outras variantes. Ex.: se eu ia viajar com a turma e de repente não posso mais, alguém exclama: “Anêeeim ! Que pena!”
Árvre - Árvore (isso me lembra “As árvres somos nozes“)
Arvrinha - Árvore pequena.
Arvrona - Árvore grande.
Madurar - Amadurecer.
Corguim - Lê-se córrr-guim. Diminutivo de corgo.
Corgo - Lê-se córrr-go. Córrego.
Quando é fé - Algo como de repente, ou até que. Ex.: “Estava no consultório do dentista, ouvindo aquele barulhinho de broca, e quando é fé sai um menininho chorando de lá.”
Num dô conta - Pode ser traduzido como Não consigo, Não sei, não quero, não gosto, etc. No resto do país, não dar conta é usado mais no sentido de “não aguentar”. Por exemplo: Não dei conta do recado, ou Não dou conta de comer isso tudo sozinho. Já aqui em Goiás é usado para quase tudo. Ex.: Num dô conta de falar inglês (”não sei falar inglês”); Num dô conta de continuar em Goiânia nas férias (”Não quero/não aguento continuar em Goiânia nas férias); Num dô conta de imprimir usando esse programa (”não sei imprimir usando esse programa”).
De sal - Salgado. Ex.: Pamonha de Sal. (Eu jurava que era de milho… dãã)
De doce - Se “de sal” é salgado, então “de açúcar” é doce, certo? Errado! Em Goiás as coisas não são doces, elas são de doce.
Caçar - Procurar. Goiano não procura, goiano caça. Ex.: “Estive te caçando o dia inteiro”. “Não sei onde está, mas vou caçar esse papel para você.”
Trem - Qualquer coisa pode ser chamada de trem, inclusive um trem. Ex.: “Ôôô trem bão!” (ô, coisa boa!) Já ouvi até mesmo a seguinte declaração de amor: “Te amo, Trem!”.
Demais da conta - Em Goiás, deve-se evitar utilizar a palavra “demais” isolada. A forma correta é “demais da conta”. Ex.: “Gosto disso demais da conta!”. “Conheço a região demais da conta!”
Custoso - Teimoso. Também ouço como se fosse algo que dê trabalho. “Esse moleque é custoso demais da conta!”
Barriga-verde - Barriga-verde é um novato, alguém que ainda está “cru” numa determinada coisa. Nada a ver com os Catarinenses…
Disco - Um tipo de salgado frito.
Voadeira - Voadora (o golpe, agressão).
Ou quá ? - Algo como “ou o quê?”. Ex.: “Você vai sair com a gente ou quá?”
Paia - Sujeito sem graça ou chato, ou ainda uma situação constrangedora/ruim . Nooo, cê é muito paia cara! - Fui no show, mas foi paia.
Nooooo - Expressão de espanto. O mesmo que Nossa Senhora!
Fonte: Gumpnet.
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